quarta-feira, 14 de julho de 2010

minha arte é o mais puro reflexo de mim mesma
é o meu verdadeiro eu
onde palavras não precisam ser ditas... ...apenas interpretadas de acordo com o **freguês**... ...
eu não nasci para ser superficial
passar pelo mundo sem que suas marcas estejam em mim
eu nasci para ser dilacerada
eu sou intensa em meu sentir
é uma viagem que nem sempre precisa ser de corpo presente
a carne não precisa ser dilacerada
posso viajar de um extremo a outro na experiência mediada
não preciso provar de todos os sabores
me embriagar com todos os licores
sem sentir todos os aromas
há quem duvide que ler seja viver
ler é a maior das aventuras... ...
vejo pelos olhos de outrem sentindo pelo meu coração, penetrando em minhas entranhas... ...
escrever é a minha maior riqueza... ...
externa, dilacera, corta, picota e estanca a ferida aberta que não some
mas permanece para sempre calada... ...silenciosa... ...
se não for tocada, permanece cicatriz... ...
a cicatriz da matéria que dilacero... ...que estanco quando cubro de tinta uma superfície e imprimo, saranda, curando... ...escancarada... ...
mas a cicatriz, as ciatrizes... ...não matam... ...
relembram que delas fui "refém", mas que delas não morri
superei... ...
as muitas cicatrizes apenas me incomodam, que cada uma é um aprendizado diferente,
mesmo que uma delas tenha sangrado mais de uma vez
não importa, é a minha carne que foi dilacerada, sou eu quem sofro, sou eu quem conheço esse corpo mortificado... ...
dolorido... ...retalhado... ...Prova de minha FORÇA interna, seja o nome que ela tenha... ...*cosmos, vida... ...*
eu sigo com os pés no chão... ...sei que caminho ainda... ...que ainda respiro, pois o ar transita em meus pulmões
eu sofro escariações, mas eu vou cubrindo-as... ...
eu sofro cortes profundos,
mas tenho pés que antes de mim me ensinaram que ainda sigo existindo e brandamente vou superando um a um... ...
Não preciso de armas de fogo... ...preciso de AMOR em meus pulmões que me ensinem a entender como o *homem* sofre e cresce... ...
preciso apenas ouvir sempre mais... ...
... ...
eu sei que vivo
eu conheço minhas feridas e as dosagens... ...
eu sei do caminho da cura em minha própria carne... ...
é diferente... ...é paulatinamente... ...é indo no fundo da ferida e tratando a raiz... ...com o AMOR de quem concebeu este organismo fálico porque é só carne... ...
porque o que me cerca eu sinto de coração... ...
... ...
a minha escrita é a minha alma... ...
intocável... ...
é a minha cura... ...
... ...
a minha arte... ...
não é minha... ...não mais... ..mas é o meu olhar calado sobre as coisas do mundo... ...
não sei se é bem ou mal... ...
... ...é

Nenhum comentário: